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Mulheres , as pioneiras do estilo genderless |
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Campanha de verão da Louis Vuitton |
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Menino-Menina |
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Sexy é ser você mesmo |
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O que fica bem em você, pode ficar nele também ... |
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Meninos modernos |
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O minimalismo flerta com o estilo gender-bender |
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Os tons " militares " ficam ótimos para as mulheres |
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Soy grunge |
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Light and shadows |
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Boys and girls feel good together |
O unissex já não é novidade desde que Coco Chanel, na década de 20, pinçou do guarda-roupa deles, as primeiras peças consagradamente masculinas a desfilarem em corpos femininos, como a calça pantalona e a camisa bretão, ambas inspiradas pelos uniformes da marinha francesa - e Chanel seguindo assim, buscando inspiração na indumentária masculina. A Chanel se seguiram Yves Saint Laurent, Emilio Pucci, Giorgio Armani, Ralph Lauren, dentre outros - que mantiveram um constante flerte com o universo da moda. Hoje, estamos falando de uma relação mais séria, uma moda que não revela para quem foi produzida, apenas veste igualmente homens e mulheres.
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Chanel usando uma de suas criações : calças pantalona |
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Inspiração total na indumentária masculina |
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O smoking feminino, uma das criações emblemáticas do costureiro Yves Saint Laurent |
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Yves Saint Laurent flertou constantemente com as roupas masculinas |
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Chanel revolucionou a moda ao mostrar que as mulheres podiam sim optar pelo conforto para se vestir |
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Moda unissex de Giorgio Armani |
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Bom pra eles |
Essa moda voltou a tona recentemente, em 2013, quando o estilista Jonathan Andersson desfilou meninos de vestidos e tops de babados e shorts na Semana de Moda de Londres.
Com tamanha repercussão do seu desfile, ele ganhou uma nomeação como diretor criativo na Loewe. Naquela temporada, roupas para garotos se misturaram ao que se entende como ladylike. Depois disso, o debate acerca dessa divisão explodiu no circuito da moda. Dai por diante, vários designers dedicados exclusivamente ao tal " genderless " começaram a ganhar destaque.
Como se todo esse rebuliço não fosse o suficiente, grandes grifes de luxo começaram a namorar com a ideia. Não à toa, etiquetas como Givenchy , Prada e tantas outras apresentaram looks masculinos e femininos em uma mesma coleção, independentemente da designação de gênero do evento em questão.
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As interpretações dos estilistas para a moda genderless |
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Jeans e renda casam ? Sim |
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Say Yeah |
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Jaden Smith aposta na androgenia |
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Social code for her |
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Mais genderless direto das passarelas |
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Free yourself |
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A mesma roupa pra ele e pra ela |
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Na Grécia, os homens usavam saias |
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Eles também usariam |
A Gucci, no desfile masculino do inverno 2016, colocou homens e mulheres vestindo as mesmas roupas, dificilmente identificáveis pelo sexo. Na mesma semana de moda, outros fizeram o mesmo, como Armani e Prada. Outros gigantes, como a Barneys e a Selfridges, também abraçaram a ideia. A americana apresentou o catálogo de verão 2014 com 17 modelos transgêneros. A inglesa Selfridges foi além, criando um projeto que propôs uma experiência em compras sem a divisão por seções masculinas e femininas, com peças assinadas por nomes como Body Map, Nicopanda ( assinada por Nicola Formichetti ), Rod Hourani, Toogood, Ann Demeulemeester, Comme des Garçons, Meadham, Kirchhoff e Gareth Pugh. Podemos citar outras tantas grifes e designers, que passaram a olhar para os desejos de seus públicos - considerados influencers, já que são os primeiros a cobiçarem o que promete se tornar coloquail em um futuro próximo.
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Não existe sexo frágil |
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Donna Karan |
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Um convite à moda sem compromisso |
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Garotas na estica |
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Cara Delevigne de bad girl |
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Baila comigo? |
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Cara Delevigne para Donna Karan |
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Meninos e meninas só no conforto |
Alguns estilistas brasileiros apostaram na tendência. Nomes como João Pimenta, que acrescentou flores em babados em seus ternos acompanhados de saias plissadas, Ronaldo Fraga, que levou à passarela homens usando vestidos largos e floridos - e a Osklen, que colocou suas modelos usando os famosos moletons masculinos da marca como vestidos, fazem parte do time que está produzindo moda genderless no país.
Antenadas, as redes de fast fashion já começaram a mexer seus pauzinhos. A Zara lançou uma linha polêmica que se autodenomina moda genderless, além da C&A. A marca fez uma campanha chamada " Tudo Lindo e Misturado ", que mostra modelos com looks emprestados das seções masculina e feminina - um convite para os clientes da rede " passarem a se vestir com mais liberdade, explorando novas fronteiras " . Entretanto, nunca afirmaram que estariam fazendo uma moda genderless. A campanha apresenta um novo olhar da empresa sobre a moda e esse mundo de possibilidades e não especificamente uma coleção " sem gênero ", diz Elis Silvia, vice-presidente de operações e marketing da empresa.
Divergindo do fast fashion, estilistas jovens ( brasileiros ) já estão aderindo ao estilo e fazem questão de trazer um posicionamento diferente para o mercado. É o caso da Trendt, de Renan Serrano , uma das pioneiras a repensar a ordem de gênero nas roupas do país - a etiqueta conhecida por seus camisetões com transparências e modelagens oversized aderiu à trend para otimizar os negócios . " A questão está muito mais relacionada à sustentabilidade da marca do que levantar uma bandeira", diz a dona da marca.
Para a Ocksa, marca de Porto Alegre fundada por Deisi Witz e Igor Bastos, a situação é diferente. " Foi algo que surgiu com muita naturalidade. Nós trocávamos de roupa um com o outro e, por isso, percebemos que não havia motivos para fazer diferenciações ", justifica Igor. Apesar de todos os sintomas de novidade, a tendência não é interpretada como algo transgressor por ela . " Não acho que isso possa ser considerado como um fenômeno social ainda. Pode até estar na passarela, ter desfiles e estudos mais aprofundados sobre o assunto, mas acho que ainda demorará muito tempo para ser bem aceito nas ruas. "
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Assimetrias pra eles e também pra elas |
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Texturas mil |
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Coleções mix pra eles/elas |
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Flores para eles |
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Xadrezes pra ambos |
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Texturas mil 2 |
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O minimalismo a serviço dos gêneros (sem gênero ) |
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Boys don't cry ! |
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Both |
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Saia para homens, como na época dos romanos |
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Belas estampas para ambos |
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O black and white pra eles |
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Par de vasos |
Podemos dizer que aqui no Brasil a moda genderless é usada por mulheres um pouco mais ousadas e fashionistas, já que vai na contramão do que tradicionalmente buscamos, que são as roupas mais sensuais, que valorizam o corpo feminino.
Apesar do movimento genderless ser relativamente recente, é possível que você já tenha adotado antes sem nem se dar conta. Podemos dizer que itens como a calça boyfriend, o paletó mais largo e alongado e o sapato exford, que sairam do guarda-roupa masculino, são itens genderless que já conquistaram as mulheres. Nesse verão, as papetes e os chinelos de fivela estarão em alta e vão estar tanto nos pés deles quanto nos delas.
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Sunny |
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Estamparia show! |
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Ronaldo Fraga desenha e expõe |
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Spring for everybody |
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Flora e muitas cores |
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Tons terrosos dão um tom rústico aos looks |
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Rapaz atrevido |
No último inverno foram mostradas cores e cortes naturalmente genderless - que bombaram nos desfiles como o preto, o branco, cinza, jeans e azul . Também se destacaram muitas peças oversized, casacões com o ombro mais caído, tanto para homens quanto para mulheres.
Ainda que você não queira renovar o guarda-roupa, é possível aderir à tendência genderless fazendo algumas adaptações aos itens que você já tem em casa. Por exemplo, na hora de usar uma camisa, feche os botões até a altura do colarinho e coloque a peça dentro da calça, se quiser. Outra opção é combinar o jeans boyfriend de outras temporadas com sapatos Oxford - fica show ! Usar um terninho sobre uma camisa totalmente abotoada ou uma camiseta branca básica também dá um ar genderless à produção. Pode ser até uma regata, para deixar a mulher mais sensual, sem sair da tendência. Estampas xadrez e camuflada militar também se encaixam bem na ideia de um look democrático.
Entre os sapatos, o item que mais se destaca são os tênis, tanto os modelos esportivos - estilo academia - quanto os tênis urbanos - e é uma tendência , tanto para eles quanto para elas . Os da cor branca, mais clean, são os que mais têm feito sucesso e é uma peça da moda unissex.
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Going to work |
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Smoking |
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Guerra dos sexos |
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Os looks agender de Jaden Smith |
Em termos de estilo podemos citar o estilo do personagem Miguel ( interpretado pelo ator Gabriel Leone ) da novela " Velho Chico ", antecessora da novela " A Lei do Amor". Seu estilo era livre de estereótipos, ele usava saias, peças destruídas, estampas florais e cores como o vinho, preto, cinza e roxo.
O figurino de Leone era composto por peças da grife carioca Hex, com coleções 100% agêneras, idealizadas pelos irmãos Rafael Ferrero e Rodrigo Ferreira - uma grife virtual que trabalha a modelagem do corpo. Da mesma novela, o personagem Martim ( interpretado por Lee Taylor ) tinha um figurino considerado agender.
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Gabriel Leoni, o Miguel da novela " Velho Chico " |
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O figurino original do personagem chamou bastante atenção |
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Lee Taylor deu vida ao personagem Martim |
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A cartela de cores do personagem é muito interessante, indo do mostarda ao borgonha |
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As roupas de Martim tiveram destaque da criação do personagem |
Finalizando, a moda caminha para diminuir cada vez mais as fronteiras entre o guarda-roupa masculino e feminino, mas a universalização das coisas sempre aconteceu pelo lado masculino da força. Portanto, só teremos um guarda-roupa realmente sem-gênero quando uma saia não for algo tipicamente dirigido exclusivamente às mulheres . Universalizar a moda será quando todo mundo puder dividir códigos masculinos e femininos da indumentária.
Então, espero que tenham gostado e até o próximo post !!!
Referências:
http://www.passaportedoluxo.com/2016/03/feminino-ou-masculino-entenda-a-moda-genderless.html
http://infomoda.com.br/genderless-a-moda-de-genero-neutro-vai-muito-alem-de-estilo/